MEDO: Um sistema de alarme

O medo é como um sistema de alarme que
nos alerta sobre as possíveis situações de risco
O medo funciona em nosso corpo como um eficiente sinal de alarme, cuja principal função é nos alertar sobre determinada situação de risco e nos possibilitar enfrentá-la da melhor maneira possível. O problema é que esse sinal de alarme, por vezes, não está calibrado de forma adequada. Quando isso acontece, o medo que antes era saudável e contribuía para nossa auto preservação, acaba se tornando um medo patológico, atrapalhando o processo de enfrentamento da situação.
Mas afinal, o que é um medo “saudável”? Entendemos como um medo saudável aquele alarme que é  eficientemente calibrado, tanto em sua ativação como em sua regulação ou normalização. No momento da ativação, o alarme do medo dispara somente se houver um perigo real. Ele não é acionado diante de situações menos perigosas, ou mesmo da lembrança de alguma situação de risco, pois o alarme leva em consideração apenas o contexto real ao qual o sujeito está submetido.
Para facilitar a compreensão, imagine o seguinte: se você estiver a quatro metros de um tigre no meio de uma floresta, você terá medo. Faz sentido você sentir medo, pois essa situação evidentemente lhe colocará em situação de risco real. Agora, vamos supor que ele esteja preso em uma jaula. O medo já é bem menor, não é mesmo? Desta forma, entendemos que um medo saudável tem uma intensidade proporcional ao risco real, permitindo agir de uma maneira adaptada à situação.
Não temos culpa pelos nossos medos patológicos – aqueles grandes, desproporcionais e excessivos – como também não temos culpa de sermos alérgicos, asmáticos ou diabéticos. Não escolhemos voluntariamente sentir medo, e menos ainda sentir muito medo. Mas apesar de não conseguimos ter controle sobre a vinda dele, é possível administrá-lo.
Não é ruim sentir medo. Aprenda a ouvi-los, pois eles são um valioso sistema de alarme diante os perigos da vida. O que não podemos é nos render sempre a eles, pois às vezes, esse sistema fica desregulado. Perceba se seus medos são reais, se são crenças que racionalmente têm pouca probabilidade de acontecer ou até mesmo nenhuma. Conheça seus medos, cumprimente-os, olhe-os de frente. Decidir entender o próprio medo é o primeiro passo para conseguir lidar melhor com ele.
Enfrentar os medos é a melhor maneira de aprender a administrá-los